quinta-feira, 15 de julho de 2010

Inconstância




Eu sou a inconstância de todas as coisas
não sei se me acomodo ou sigo incomodando
Se reprovo ou fico a rejeitar.

Não sei se vivo ou peno a existir
se demoro ou sigo a insistir
Não sei se rio ou volto a alegrar.

Se à noite escureço ou rejeito clarear
ao entristecer esqueço de chorar
Ao partir, vejo que já fui.

De manhã quando clareia o dia
já estou a iluminar
e quando demora a ceia, já estive a cear.

Se vejo meu ontem, já estive a sonhar
se a sonhar depois, já era hora de voltar
pro mesmo lugar de outrora.

Quando esqueço de partir
vejo que já é tarde
nem mais posso insistir.