quarta-feira, 12 de outubro de 2011

“...Mais bonito é saber quem tu és”



Hoje, dia 12 de outubro é um dia de muita alegria, festejamos Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, Senhora da América Latina e nossa Mãe, a Jovem de Nazaré e Companheira da caminhada, Virgem dos Pobres, Mulher Escolhida para gerar o Filho de Deus em seu ventre.

Muitos são os títulos e nomes dados a Maria, a devoção e a fé que inspira-nos em Nossa Senhora é profunda e intensa, seus milhões de seguidores a colocam junto do povo, dos jovens, dos excluídos, junto do Povo de Deus que clama vida nos desertos do mundo de hoje. O poder de acolher, de ouvir e seguir o chamado Deus faz de Maria tão amada e respeitada por tanta gente, a sua verdadeira presença, inculturada na vida e no sofrimento de todos os seus filhos faz dela presença especial na nossa caminhada de povo de Deus que sonha construir a Civilização do Amor.

Essa presença de Mãe, acolhida junto de tanta gente faz com que sintamos a força do seu amor junto a vida que nasce dentro de nós a cada dia, o amor pelo Filho é modelo de seguimento e idealização ao seu projeto e a sua pessoa. Maria, mãe de tantos filhos, a juventude também te celebra em especial; Nossa Espiritualidade Mariana conclama a toda a sociedade das jovens que buscam e sonham o protagonismo feminino, esse é, por exemplo, o tema que nos mobiliza e alegra nestes dias próximos em que celebramos o Dia Nacional da Juventude.

Que o seu “sim” conclame como permanente modelo à nossa Juventude, seja na vida vocacional religiosa, leiga, seja na construção de cidadãos melhores e consagrados junto ao Teu Filho. Maria, caminhante que nos ensina a caminhar, nossa prece neste dia é que continue abençoando sempre os Teus Filhos, seja presença inspiradora no nosso caminhar, modelo de vida e doação por Jesus Cristo; Serva dos pobres, jovens e excluídos, que teu manto cubra nossas dores, que tua discrição nos modele a elevar Teu Filho, que tua jovem e decidida vocação continue a encantar tanta gente pelas causas do Evangelho.

Maria, rainha da Paz, Primeira Cristã, alegre e pulsante é nossa singela homenagem neste dia, consagrada e celebrada estás nas nossas comunidades, na vida do povo, no rezar e inspirar da Juventude, no modelo perfeito de fidelidade a Jesus Cristo; Querida Mãe, abençõe sempre nossos jovens e nossas famílias e faz-nos corajosos Filhos do Evangelho e do projeto de Teu Filho! Amém!


Fonte: http://arquidiocesedecampogrande.org.br/arq/noticias/artigos/6679-mais-bonito-e-saber-quem-tu-es-por-uilian-p-dalpiaz-.html

sábado, 3 de setembro de 2011

Canção da viva cumplicidade



sempre que a gente se encontra,
faz frio,
você ruboriza, eu rio,
faz sempre tanta sombra
de bem querer
em nossa história linear
de merecer
e tecer manhãs a partilhar.

É sempre empolgante,
te ver,
e sentir minha presença
em teus sentidos
tão vivos e aguçados
como a mais bela flor
a exalar seu veemente perfume.

doce, amor, relva, chuva, abraços
risos incontidos, alegria no olhar
tanta vida brota em nosso seio
no jeito apressado de caminhar.
tudo é tão vivo
e por isso vivemos a tentar
na singularidade da vida
novo sabor (in)tenso conquistar.

viagem, planos, voos, descobertas
jeito novo de sonhar, de fazer,
sonhamos lindos sonhos
há que se merecer
e fazermos lindas manhãs
a toda a vida, que viva, bem viva
sopra-nos lindas canções de amor
é tempo doce, é doce sonho,
é carinho especial
é a vida que mostra todo seu vigor.

de braços abertos e mãos dadas
colocamos nossos passos nessa estrada
lua nova, o tempo voa a cada dia
minha canção incerta vira alguma poesia,
tuas lindas ideias florescem
certezas que jamais fenecem
tempo de sempre ser
canções sublimes de bem querer.

é o tempo que adormece
quando juntos olhamos pra ele
vai saber quando o teremos
ou se seremos sempre reféns dele?
nessa linda ciranda,
a gente brinca de vai-e-vém
novos sonhos, rumos, vida nova
nesse nosso jeito de ser criança
tudo é vida, tudo em nosso peito
se renova.

já não sei onde encontraremos
lugar correto na estação
caminho aberto, inseguro
nas certezas de se entender
sempre tudo é tão intenso...
sem mais, estamos propensos
por sempre mais se merecer.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Da consciência

Peco por atos e omissões, culpas e desejos. Peco na tentativa de acertar e erro permanentemente pensando estar fazendo certo. Sim, peco e não vejo mal, não encontro mal em ser ou estar sendo sem saber, ou em ser e reinventar aquilo que já existe em outras palavras. Sendo assim, peco melhor, peco dando nova vida e tudo aquilo que dá nova vida encontra novo sentido em existir e essa é uma bonita missão: fazer com que tudo exista, que ganhe sentido.

Da iminente reflexão brota a dúvida: pecar por ou sem querer com ou sem saber, eis de toda iniciativa inocente sucede o perdão, sincero e verdadeiramente disposto a trazer nova forma de acertar, sem compromissos, desde o compromisso natural - e maior - seja de não pecar novamente, mas sim de encontrar o caminho que leve as maneiras e condutas de não mais errar.

Eis que das palavras brota a poesia das palavras de tantas, infinitas, poucas coisas ainda não foram ditas, o que sobra é a forma em que cada um de nós pode e cabe dizê-las. E eu digo. E digo mais de um jeito do que desejo e desejo mais do que posso dizer - a indizível arte - de transpor e ousar sem não mais pecar: eis o grande desafio que brota na poesia do vazio que se espera por encantar.

Eu peco permanentemente na forma robusta de dizer e na lírica externa sem saber e no texto compacto e na palavra e na dosagem do verso. Peco por querer, havendo culpa intencional em tamanho pecado, mas quem poderá julgar ao pecado que lava a alma e que engrandece? Peco sem olhar pra trás e até olhando pra ver, mas não e encontro... mas aí também é pecado?

Reflexões tolas ou não pecar por consciência, coincidência sei lá, pouco importa quando a grandeza da palavra ganha forma, se traduz das linhas uniformes para o âmago ser da essência de si, de cada um.... pouco importa nessa hora se o pecado é grave ou leve, se é mortal, capital ou real, pouco importa se traduz, reluz ou apaga; da consciência entre pecar e não pecar acabo rendido às palavras.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Da leveza














Soprei algumas palavras ao vento
Na intenção de que me escutes
Soletrei teu nome baixinho
Para que o vento te leves
Tão leve quanto o afago teu distante


Na distância frequente
Já pedi ao próprio vento
Que me leve nas suas ondas leves
Tão suave e brandamente a te afagar
Já sonhei em ser o próprio vento.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Da cor

Há uma cor que não vem nos dicionários. É essa indefinível cor que têm todos os retratos, os figurinos da última estação, a voz das velhas damas, os primeiros sapatos, certas tabuletas, certas ruazinhas laterais: a cor do tempo…

  (Mario Quintana in Sapato Florido, 1984, p. 90) 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Da essência

Dir-te-ia que sou capaz de mudar
Sem nunca duvidar na constância
Da essência que permanece
Sempre viva!

sábado, 11 de junho de 2011

XLV













Velhos passos, tensos,
Rubros e negros
Fazem da utopia - esperança
Novo sonho plantado no chão.

Na flor viva da palmeira terna
Verdeja o brilho no sol que influi

Muda-se um segundo
Tende-se para sempre.

Do nó fado, seda, dia
Mais se vai do que se fica

Das mãos juntas e robustas
Afável inspiração incrédula

Nos passos esgueirados
O olhar que cintila
O coração apruma
A vida leve de cada dia

Na voz que ecoa
Novos sons na mesma sonância
Os sonhos não morrem
Eles só mudam de nome.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ensaio sincrônico

Abismo o espanto,
Avisto o susto,
Rabisco as canções,
...per...di...das... em
so
lu
ços.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Desajeitado


Não!
Não levo jeito
É você quem leva ele todo

Fico sem ele - o jeito -, despido, nu
Nas entrelinhas da canção inacabada

No jeito de ser, - sem jeito -
Fito-me na observância de ver-me

Outra vez,
sem jeito,
só.

domingo, 5 de junho de 2011

Incenso fosse música

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
 (Paulo Leminski in Distraídos Venceremos, 2002,  p. 93)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Suicídio


Do desejo à ânsia, de vez em quando
é sempre tanto
Inominável vontade sem fim de
jogar-me
[-ao
o s s e v a.

Sempre a sombra sobra
recaída do mesmo lado

que um dia fora
cons-tru-í-da
tru
í
da
uma a uma.

o amanhã e hoje
é sempre o mesmo ontem
selo, esmo, que se encontra
dentro do peito.

Sentimento indistinguível
indizível vontade de pensar, e dizer
que sempre tanto faz
se você não vem, se você não vê

parece sempre saudade,
quando na verdade
era só vontade de ser
sempre mais.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sobre pausas e dúvidas

Eu penso que todas, as interrogações???
Deveriam ganhar múltilplas reticências...
e nunca estarem abertas, pausadamente,
a um imóvel e irreversível, ponto final.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Poema tolo


Ele começa assim, meio bobo
cantando pra si,
pensando que o mundo é todo seu

e quando olha pro mundo todo
Vê que tudo já foi
e que o deixaram só.

inacabado, na sua imperfeita perfeição
que um dia foi pensada...

sábado, 28 de maio de 2011

XLIV


Abraças com energia intensa
Da estranheza segurança de ser
Abraças e apalpas docilmente
Aconchego leve e súbito

Teus dedos tem um suor impulsivo
Vem da grandeza da alma
Teus sonhos tem cheiro de flor

Perfume intenso que atravessa a alma...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Razão de ser


Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
(Paulo Leminski in Distraídos Venceremos, 2002,  p. 80)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Digressões

I

Elucido-me na intriga
Do meu próprio
Eu.



II

Fecho os olhos para ver melhor
Vejo, sussurro,
Figuras repetidas.



III

Peço-te a licença poética
Dúbio e tenso
Pois poesia é arte!
E a arte não pede licenças.

domingo, 22 de maio de 2011

XLIII


Aquela mãe que embala seu pobre filho no barraco
tem rosto pronto, apressado
no tempo frio.

Ela sonha lindos sonhos enquanto aquece seu tesouro
no calor das suas lágrimas
Faz da vida ser sentida em poucos tons.

Carrega por entre os braços a certeza do futuro
espera não desmoronar
Espera... o que lhe resta é esperar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quintanares prontos


Quintana, conte sobre o mar,
das incertezas navegáveis
e da suavidade das ondas
batendo em meu rosto

Venha contar teus contos
de além-amor para nunca mais
ser tempo frio

Poeta que canta em tantos
tons, matizes, sopapos prontos
conte mais sobre o tom
sobre o ponto de fuga

Traga os teus timbres
afinados na canção da vida
que revela tantos infelizes corações

Quintana: o timbre, a flor, a tromba
tomba a suavidade de tua pena
na pronta sorte dos que leem
Vem, Quintana, nos teus quintanares
[-encantar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O tempo passa

o tempo vai passando, vai passando
o tempo vai passando
vai passando, vai
o tempo
vai,
c
a
i
vai,
o tempo
vai passando, vai
o tempo vai passando
o tempo vai passando, vai passando
passando o tempo vai, o tempo vai, se vai.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Feliz!



Deitado no alto do carro de feno… com os braços e as pernas abertos em X… e as nuvens, os vôos passando por cima… Por que estradas de abril viajei assim um dia? De que tempos, de que terras guardei essa antiga lembrança, que talvez seja a mais feliz das minhas falsas recordações?
(Mario Quintana in Sapato Florido, 1994,  p. 34)