domingo, 28 de julho de 2019

Quais são as vozes que dão sentido à sua vida?


 
Os percursos e idas até Curitiba permitiram-me percorrer algumas preciosas e significativas reflexões que carrego deste então; em especial, acompanhava o amigo Valdir, no reencontro para, nem sei ao certo, lá pelos quase 10 anos sem encontrá-lo pessoalmente. Valdir recebeu-me em aula do curso de Teologia, o qual faz juntamente com outros colegas seus. 
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                 Quais são as vozes que dão sentido à sua vida? Indagara a professora que lecionava sob uma luz reluzente em seu rosto naquela atípica noite – não tão fria para a fria Curitiba no inverno – e que parecia alastrar-se para todos que ali estavam como um sinal e provocações proféticas, quiçá divinas. Comigo não foi diferente.
                Na sua ainda recorrente explanação, em meio a sua aula de Dinâmica para Grupos, trazia e provocava aos seus alunos, que é necessário que tenhamos a sensibilidade de poder ouvir a vozes autênticas, que nos fazem crescer e nos provocar em um sentido crítico, mas também filosófico. Tais vozes fazem repensar e reconhecer nossos atos, militância, percursos, e, por consequência, crescer como seres humanos. Do contrário, não há o porquê de dispersarmos em vozes alheias que ludibriam o caminho. Ouvindo as vozes que nos são importantes, podemos seguir e construir nossa missão, para qual nos dedicamos e temos como objetivo.
                Indagado que fiquei, desde então pergunto-me quais são as vozes que me motivam no caminhar? E, para, além disso, com quais vozes preciso a me dedicar mais atentamente para que possa ser um ser humano melhor e mais comprometido com a minha missão. O exercício, confesso, não se faz fácil e leva a várias questões históricas, afetivas, sociológicas e até filosóficas.  Lembro-me de pessoas que carrego forte em minha identidade: que me inspiraram, fizeram-me crescer como pessoa, de amigos com os quais jamais queria ter me afastado fisicamente, embora os ritmos de vida nos assim colocam por muitas vezes. Lembro-me também das vozes coletivas, ampliadas em projetos de transformação social, de construção do projeto de justiça e de Reino, de vozes dispersas, perdidas e tantas vezes sufocadas. Como lidar com tais vozes em busca de nosso encontro ou reencontro com nossa missão, batismo, sentido ou descobertas?
                Das vozes que trazem-me até aqui, como ser humano neste momento e contexto histórico, soam em mim e tanto mais sou grato, do seio familiar e pastoral e também mais das que desafiam-me de forma constante: no trabalho, sentimentos e amizades profícuas com as quais quero e peço a Deus para manter a fidelidade por toda uma vida. Tais vozes, não soam, pois, as milhares, mas encontram o momento e jeito certo de ressoar até nós. São vozes que são velozes, outras carinho, outras são exemplo e outras são simplesmente olhares. Há vozes que não falam , somente existem, mas há tantas outras que ressignificam e ressoam em toda a minha existência.
                Uma vez por assim mais, quero entoar tais vozes e incorporar mais significativamente a minha existência, em especial das vozes amigas e críticas, que afagam, mas que também fazem refletir e crescer diante dos desafios e incompreensões. Somos marcados por vozes, inclusive as que ressoam dentro de nós, posso ouvi-las a milhões de tons, mas todas carregam tão preciosamente o mesmo anseio e compromisso: o desejo de serem livres e ganharem forma, cada qual à sua maneira, porém, cada qual com a sua coragem e fidelidade aos sentimentos que carregam.  Que a pergunta seja motivo frequente, afinal, quais são as vozes que dão sentido à nossa vida?.

*Trechos que dialogam com estes escritos.

Gisley - http://bit.do/vozes-gisley
Gladir - http://bit.do/vozes-gladir
Exôdo 3 e Êxodo 19,9 - http://bit.do/vozes-Ex3;
http://bit.do/vozes-Ex19-9