sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Fraternidade e Segurança Pública: Campanha da Fraternidade 2009



por Uilian Dalpiaz

Começamos a partir desta última quarta-feira(cinzas) a refletir oficialmente o tempo de Quaresma. Quaresma que é tempo de conversão: esperamos a redenção maior de Cristo Jesus que a após todo o seu martírio e dor, ressuscita e salva a toda a humanidade. E é nesse tempo de penitência, reflexão e conversão, que a Igreja do Brasil reflete e aprofunda-se especialmente em algum tema que necessite nossa atenção. A Campanha da Fraternidade vem incitando-nos desde a década de 60 a realmente nos convertermos e agirmos em prol das angústias e necessidades da sociedade brasileira.

A CF 2009 traz um tema bem peculiar aos nossos dias atuais: Segurança Pública. E não à toa a falta de segurança pública mexe com vários universos, várias questões, talvez algumas até antagônicas, mas que resultam numa grande "corrente negativa" que gera violência, miséria e opressão. "Fraternidade e Segurança Pública", esse nosso tema da CF 2009 quer chamar a atenção para a falta de cultura de paz em nossa sociedade, mas, sobretudo, para a falta de cultura da Justiça, pois como o lema da CF desse ano, bem ressalta "A paz é fruto da Justiça"(Is 32,17).

Lembremos que a justiça não nasce de olhares piedosos ou do maldito conformismo que, por horas, inunda nossos corações; a justiça se faz na prática do nosso dia-a-dia, nas nossas atitudes para mudar o que está posto, no nosso voto na hora de escolhermos nossos representantes(e principalmente na constante cobrança a eles, depois de eleitos), na busca de políticas públicas para a Juventude, na partilha, doação, atenção... são vários aspectos concretos que nos chamam a encarar a realidade e como verdadeiros cristãos a seguir e cumprir o Projeto de Jesus Cristo; não simplesmente fechar os olhos para a realidade, mas encará-la, pois sabemos é difícil a nossa escolha, mas quando respondemos ao chamado de Cristo, aceitamos: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". (Mc 8,34).

Lembramos também de toda a miséria, o trabalho escravo que vitimiza principalmente crianças e jovens. Em 2007/2008 tivemos 8,6 mil casos de trabalho escravo no Brasil, segundo a CPT. E o que é mais triste, é que todos aqueles que combatem o trabalho escravo são reféns da sua luta por paz e justiça(são mais de 800 lideranças mortas só no estado do Pará) segundo dados também da CPT. Saibamos encarar a todas essas realidades que muitas vezes pensamos estar distantes de nós, mas que na verdade, acontecem embaixo de nossos olhos e não sei o porquê, não as enxergamos.

Nós jovens, estamos inseridos de modo especial também na CF 2009, basta lembrarmos que os jovens são as principais vítimas da violência, da falta de justiça e de oportunidades. O desamor, desafeto e falta de atenção em nossas casas, muitas vezes fazem dos jovens revoltados contra a tudo e todos, eles exprimem toda a sua energia e pureza de sentimentos: rejeição, angústia, depressão em atos muitas vezes que eles mesmos não têm consciência, pois a Juventude com caráter ainda em formação é alvo fácil diante à sua fragilidade frente a toda maldade que assola a humanidade. Saibamos centrar nossas energias para refletir acerca das várias injustiças que cometemos às nossas pseudo-óticas de muitas vezes explicitarmos nosso próprio conceito de "fazer justiça". Só Deus pode fazer justiça, e não à toa deu-nos seu filho, e que antes mesmo de nascer já era chamado: "O Príncipe da Paz".



Dicas aos Grupos de Jovens: A CNBB lançou junto as edições especiais sobre a CF 2009, um subsídio para ser usado nos encontros dos Grupos de Jovens, chama-se "Jovens na CF", e pode ser facilmente encontrado no site das edições CNBB ou na sua secretaria paroquial/diocesana.

Dicas de aprofundamento sobre a CF 2009:
Além de todos os subsídios da CNBB:
nesse link (clique aqui), a Revista Família Cristã traz reportagens sobre a CF na sua edição de fevereiro, bem como outros artigos facilmente encontrados no site da CNBB.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

- Corrida Mundial de Submarinos -










Show de bola!

Não podia imaginar que era assim.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

TVs católicas transmitem ao vivo abertura da CF 2009

Na Quarta-feira de Cinzas, 25, acontecerá a abertura oficial da Campanha da Fraternidade (CF) 2009, no Santuário de Aparecida, em Aparecida (SP).


A abertura da CF 2009 será marcada por uma missa, presidida pelo arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, e concelebrada pelo secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, que será transmitida ao vivo, a partir das 9h, pela TV Aparecida, pela Rede Vida de Televisão e pela TV Século XXI.


Logo após a celebração eucarística, o secretário-geral da CNBB e o arcebispo de Aparecida concederão entrevista coletiva à imprensa. Durante a coletiva será divulgada a mensagem do papa Bento XVI sobre a Campanha da Fraternidade.


Este ano, a CF aborda o tema “Fraternidade e Segurança Pública” e o lema “A paz é fruto da justiça”.


Solicitado pela Pastoral Carcerária e pela Pastoral da Criança, com o apoio das demais pastorais e movimentos da Igreja, o tema “Segurança Pública” foi aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB, há dois anos, e tem como objetivo suscitar o debate sobre Segurança Pública na sociedade, bem como sobre as causas da violência e a cultura do medo. Com a CF 2009, a Igreja quer convocar a sociedade a promover uma cultura de paz em todos os âmbitos sociais.


Realizada desde os anos 60, a Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização desenvolvida no período da Quaresma. A cada ano aborda um tema diferente, com os objetivos de despertar o espírito comunitário e cristão no povo, educar para a vida em fraternidade e renovar a consciênciada responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização.

Fonte: http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1031

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Lula pretende acelerar ações sociais

Para Lula, é fundamental intensificar reuniões individuais com ministros para acelerar ações sociais do governo federal

Por mais de cinco horas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu um relato minucioso sobre todos os projetos sociais realizados pelo governo federal em 16 ministérios. Para Lula, é fundamental intensificar as reuniões individuais com os ministros e secretários-executivos para acelerar as ações sociais do governo federal.

Nos próximos dias deverá ser anunciado o pacote nacional de habitação cuja meta é construir 1 milhão de moradias populares até o final de 2010. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) fez uma exposição a Lula e aos demais colegas sobre a proposta para o pacote.

O objetivo das medidas é criar alternativas de financiamentos a juros menos elevados para que os trabalhadores de baixa renda tenham condições de ter acesso ao crédito mobiliário. Paralelamente, o presidente exige que as construções sejam de qualidade.

Ontem o presidente conversou com alguns governadores sobre as metas do pacote habitacional. Lula pretende pedir o apoio dos governadores e prefeitos para efetivar as medidas, mas encontra resistências por parte de técnicos da equipe econômica. Por isso, ao retornar do Carnaval, Lula pretende reunir-se com mais governadores e prefeitos para apelar por uma colaboração conjunta.

Durante a reunião realizada ao longo da manhã até o meio da tarde de hoje, os 14 ministros presentes apresentaram um balanço sobre a execução dos principais programas sociais, perspectivas e planos até o próximo ano.

Fonte: http://www.novojornal.net/politica_noticia.php?codigo_noticia=8874

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Faz sentido ou não?

1- GUIA PRÁTICO DA CIÊNCIA MODERNA:
  • 1. Se mexer, pertence à Biologia.
  • 2. Se feder, pertence à Química.
  • 3. Se não funciona, pertence à Física.
  • 4. Se ninguém entende, é Matemática.
  • 5. Se não faz sentido, é Economia ou Psicologia.
  • 6. Se mexer, feder, não funcionar, ninguém entender e não fizer sentido, é Informática.

2- LEI DA PROCURA INDIRETA:

  • 1. O modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra.
  • 2. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

3- LEI DA TELEFONIA:

  • 1. Quando te ligam: se você tem caneta, não tem papel. Se tiver papel, não tem caneta. Se tiver ambos, ninguém liga.
  • 2. Quando você liga para números errados de telefone, eles nunca estão ocupados.
  • Parágrafo único: Todo corpo mergulhado numa banheira ou debaixo do chuveiro faz tocar o telefone.

4- LEI DAS UNIDADES DE MEDIDA:

  • Se estiver escrito 'Tamanho Único', é porque não serve em ninguém, muito menos em você...

5- LEI DA GRAVIDADE:

  • Se você consegue manter a cabeça enquanto à sua volta todos estão perdendo, provavelmente você não está entendendo a gravidade da situação.

6- LEI DOS CURSOS, PROVAS E AFINS:

  • 80% da prova final será baseada na única aula a que você não compareceu, baseada no único livro que você não leu.

7- LEI DA QUEDA LIVRE:

  • 1. Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda, provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente.
  • 2. A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.

8- LEI DAS FILAS E DOS ENGARRAFAMENTOS:

  • A fila do lado sempre anda mais rápido.
  • Parágrafo único: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.

9- LEI DA RELATIVIDADE DOCUMENTADA:

  • Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

10- LEI DO ESPARADRAPO:

  • Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda e o que não sai.

11- LEI DA VIDA:

  • 1. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
  • 2. Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral, engorda ou engravida.

12- LEI DA ATRAÇÃO DE PARTÍCULAS:

  • Toda partícula que voa sempre encontra um olho aberto.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Anglicanos ordenam sacerdotisas

Nicolas Senèze, do jornal La Croix, 31-12-2008, analisa os últimos avanços da Igreja da Inglaterra com relação ao papel da mulher no seu clero. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Os anglicanos irão ordenar sacerdotisas?

Em 2005, o Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, o órgão de decisão mais importante da igreja anglicana na Inglaterra, havia pedido que fossem retirados os impedimentos legais aao acesso das mulheres ao episcopado. Reunidos no começo de julho em York, os 467 bispos, pastores e leigos membros do Sínodo Geral se pronunciaram novamente a favor das mulheres bispas. Mesmo que 14 das 38 províncias da Comunhão Anglicana (entre as quais a Escócia) já admitam esse princípio, a Igreja da Inglaterra está muito dividida quanto ao assunto: de fato, os “anglo-católicos” (anglicanos cujas práticas são muito próximas do catolicismo) e uma parte dos evangélicos rejeitam categoricamente os ministérios femininos (no anglicanismo, as mulheres podem ser pastoras desde 1992). O Sínodo Geral, recusando-se a criar, ao lado das duas províncias históricas de Canterbury e de York, uma terceira província extraterritorial sem ministérios femininos, havia pedido a um grupo de trabalho, presidido pelo Dr. Nigel Mcculloch, bispo de Manchester, que “permitisse acordos especiais no quadro das estruturas existentes na Igreja da Inglaterra, para aqueles que não são capazes de receber as mulheres como bispas ou pastoras”. O grupo de trabalhou apresentou o seu relatório na última semana de dezembro.

O que o grupo de trabalho prevê?

A solução que os 15 membros do grupo de trabalho optaram é criar “bispos complementares”, que seriam delegados junto às comunidades que recusam os ministérios femininos. Eles assegurariam os sacramentos nessas paróquias, que permaneceriam ainda sob a responsabilidade do bispo diocesano, seja homem ou mulher. Os bispos deverão publicar um “Código Prático” para gerir as relações entre os bispos diocesanos e os “bispos complementares”.

Os defensores da ordenação das mulheres se alegram por aquilo que consideram um passo adiante (mesmo que lamentem que nem todas as suas propostas tenham sido aceitas e não tenha sido proclamada uma absoluta igualdade entre ministérios masculinos e femininos). Aqueles que se opõem lamentam que os bispos diocesanos tenham, no futuro, a possibilidade de recusar que os bispos complementares atuem em uma paróquia da sua diocese. Alguns já preveem processos infinitos, ainda mais, destacam, que o “Código Prático” não terá nenhuma base legal e poderá ser atacado frente à justiça.

O que acontecerá?

O próximo Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, que se reunirá nos dias 9 a 13 de fevereiro, em Londres, deverá aprovar ou não o relatório apresentado em dezembro pelo grupo de trabalho. Se aceitar, o processo de revisão dos cânones da Igreja da Inglaterra iniciará em fevereiro de 2010. Segundo a BBC, as primeiras bispas poderão ser ordenadas dentro de três anos. “Não antes de 2014”, relativizou o porta-voz da Igreja da Inglaterra. De fato, as tensões entre as tendências liberais e as anglo-católicas são muito fortes.

Até julho, 1,3 mil dos 20 mil eclesiásticos ingleses – entre os quais 11 bispos! – haviam escrito aos arcebispos de Canterbury e de York ameaçando deixar a Igreja da Inglaterra se ela ordenasse mulheres bispas. Muitos pastores se aproximariam, portanto, da Igreja católica e, no começo de julho, o cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tinha escrito ao primaz da Traditional Anglican Communion, uma jurisdição já separada da Comunhão Anglicana, para assegurar-lhes que a Santa Sé estava dando uma “séria atenção” ao seu pedido de anexação à Igreja Católica.


Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/

Bispos são ameaçados de morte na Amazônia


Eles evitam tomar ônibus, fazem com que seus fiéis amigos saibam os seus horários e raramente saem quando está escuro.

Para três bispos católicos estrangeiros sob ameaças de morte no estado do Pará, no norte do Brasil, falar contra os problemas sociais que afetam a área geralmente sem lei na foz do Rio Amazonas agora tem seu preço.

A reportagem é de Stuart Grudgings, publicada pela agência Reuters e pelo jornal New York Times, 10-02-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Mesmo assim, eles se envolvem ruidosamente em questões de direito aqui, parte de uma tradição de padres católicos que vieram para a América Latina com as suas idéias formadas pela Teologia da Libertação da década de 70, que enfatiza a justiça para com os pobres e oprimidos.

É uma tradição que está morrendo, já que os missionários que vieram para cá nos anos 60, 70 e 80 estão ficando velhos e a vinda de padres da Europa e dos EUA vai minguando, visto que menos pessoas entram para a Igreja.

“Quando eu vim para cá pela primeira vez, havia muito mais padres estrangeiros. Agora, passam anos sem ninguém chegar”, diz o bispo Flavio Giovenale, um alto italiano com um sorriso cativante, que começou a sua primeira missão no Brasil há 34 anos.

Durante os últimos 11 anos, ele é bispo de Abaetetuba, uma cidade extremamente pobre às margens do Amazonas, a cerca de 120 Km a oeste da capital Belém. Ele enfrentou ameaças de morte frequentes por manifestar-se contra os problemas sociais e a criminalidade que cresceu constantemente, enquanto a área se tornou um ponto de trânsito para a cocaína, despachada por barco pelo maior rio do mundo até a Colômbia.

Aos 54 anos, ele é um dos mais jovens entre os 11 bispos nascidos no exterior, que geralmente se encontram nas linhas de fronteira das batalhas por direitos em razão dos altos níveis de violência, disputas por terras e tráfico de drogas, combinados com uma ampla ausência do governo. Os poderosos, incluindo políticos e policiais corruptos, são muitas vezes aqueles que têm mais a perder com as suas denúncias.

O Pará, o segundo maior estado da maior nação católica do mundo, tem um total de 13 bispos para uma população de cerca de sete milhões de pessoas.

Fim de uma era

Historicamente, a América Latina esteve entre as regiões mais perigosas para os missionários católicos. Cinco padres católicos foram mortos no continente em 2008, dentre os 20 mortos em todo o mundo, de acordo com a Congregação para a Evangelização dos Povos.

Os riscos que o clero enfrenta no Brasil ficaram evidentes em fevereiro de 2005, quando a irmã norte-americana de 73 anos, Dorothy Stang, foi morta a tiros segurando a sua Bíblia na remota cidade de Anapu, no Pará, onde ela defendia os direitos dos agricultores contra os poderosos donos de terras.

A Igreja e os oficiais de direitos humanos dizem que não há falta de padres brasileiros para assumir o lugar dos bispos nascidos no exterior mais velhos. Mas, com menos perfis e menos membros familiares morando no país, eles são muitas vezes mais vulneráveis às ameaças.

“Essa era acabou”, disse João Gierse, um padre de 48 anos que disse que nenhum companheiro alemão da ordem franciscana o acompanhou no Brasil desde que ele foi enviado em 1990. “A própria Europa não tem padres suficientes”.

Em 2007, havia 2.803 padres nascidos no exterior de um total de 18.685 padres no Brasil, afirmou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em uma nota. A CNBB não foi capaz de dar um número comparativo dos anos anteriores. Na Europa, o número de padres católicos caiu 20% entre 1978 e 2004, afirma o Vaticano.

Muitos dos missionários são mobilizadores comunitários que usam os seus púlpitos para ressaltar os abusos que, de outra forma, não seriam investigados. Felício Pontes, procurador da República, lembra que Ir. Dorothy Stang visitava-o regularmente em Belém para denunciar os abusos em Anapu.

“Eles são uma ponte entre as pessoas e nós”, disse.

Na Ilha do Marajó, na foz do Amazonas, o bispo Luiz Azcona atua em uma área que tem o tamanho da metade de Portugal, geralmente viajando em barco por dois dias para alcançar distantes ilhas infestadas de mosquitos.

As ameaças de morte contra ele começaram em 2007, depois que ele começou a se pronunciar contra os grupos de prostituição infantil que, afirma, crescem em uma área largamente não policiada.

“Todos os três bispos sob ameaças de morte no Pará têm uma coisa em comum – as denúncias que fizemos contra a exploração das crianças”, disse o espanhol Azcona, 68 anos.

O terceiro bispo sob ameaças no Pará, o austríaco de 69 anos Erwin Kräutler, tem guarda-costas armadas ao seu lado há dois anos na sua diocese de Altamira, de onde ele denunciou o desmatamento ilegal e outros negócios ilícitos, assim como os trâmites do assassinato da Ir. Dorothy Stang.

Negligência do Estado

Todos os três bispos estão, até certo ponto, tratando das consequências do desenvolvimento econômico insustentável. Em Abaetetuba, a construção de uma grande planta de alumínio na década de 80 trouxe milhares de trabalhadores migrantes para a área, mas não havia mais demanda de mão-de-obra desqualificada quando ela estava pronta e funcionando. Com uma falta de empregos, o tráfico de drogas se tornou central para a economia local.

“Quando esse tipo de exploração da Amazônia acabar, os problemas da prostituição infantil e outros crimes serão deixados para trás”, disse Pontes.

O caso que resultou em uma renovada rodada de ameaças de morte contra Giovenale foi uma combinação de pobreza, brutalidade e impunidade que amedronta os remotos municípios do Brasil.

Em outubro de 2008, a polícia de Abaetetuba colocou uma garota de 15 anos, presa por roubo, em uma cela com mais de 20 presos, todos homens, que estupraram e violentaram-na durante 21 dias, dizem os procuradores. Giovenale diz que a polícia torturou a menina porque ela tentou roubar a casa de um policial. Mais de um ano depois, diversos policiais foram transferidos a outras partes do Estado, mas nenhum foi investigado ou condenado.

“Nenhum desses órgãos estatais, esses que têm poder, chegou até nós como a Igreja. É por isso que respeitamos o Dom Flavio”, disse Diva Negrão Andrade, uma líder do grupo local de defesa dos direitos da criança que ajudou no resgate da menina e que também recebeu ameaças de morte.

Tanto Azcona quanto Giovenale, que, como muitos bispos aqui, preferem as camisetas aos hábitos litúrgicos, recusaram ofertas de proteção policial, afirmando que não desejam pôr outras pessoas em perigo.

“Para ser franco, eu tenho medo em grande parte do tempo, porque eu gosto de viver”, disse Giovenale. “Eu não sei o que vou fazer se as ameaças voltarem, mas espero ser capaz de continuar a ajudar, porque muitas vezes as pessoas não têm nenhum outro apoio”.

Fonte: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19981

Infernópolis: o pecado de ser pobre

Ação da Polícia Militar de SP na segunda maior favela da cidade peca pela agressividade contra pobres e o direito de protestar, mistifica a origem dos confrontos e alimenta a idéia de "limpeza social".

Ação da Polícia Militar de SP na segunda maior favela da cidade peca pela agressividade contra pobres e o direito de protestar, mistifica a origem dos confrontos e alimenta a idéia de "limpeza social".

Na manifestação ocorreram quebradeiras provocadas por garotos que não têm muito a perder, mas não contavam com o apoio dos manifestantes e da Associação de Moradores. Quando se vive no limite, relegado a uma mobilidade restrita numa metrópole repleta de possibilidades, sem a presença efetiva de equipamentos públicos de qualidade, assombrado pela violência, pelo desemprego, miséria, álcool e rendimentos risíveis, a fronteira entre o legal e o ilegal é muito tênue. Não se trata simplesmente de "desvio de caráter", ou de vandalismo inconsequente como parte da imprensa e a própria SSP fez crer. Mas o teatro estava apenas no começo.

Paraisópolis é uma grande mancha urbana de pequenos casebres, alta densidade demográfica e com indicadores sociais perversos: apenas 0,45% dos jovens entre 18 e 24 anos estão no ensino superior. Em 1991 o índice era de 1,19%. Apenas 20% do mesmo grupo social estão no ensino médio (Moema tem percentual de 84%) e a baixa escolaridade colabora no desemprego: 1 em cada 4 adultos está sem trabalho. A renda média entre seus moradores é de R$ 367,00 ao passo que na cidade de São Paulo o valor chega a R$ 1.325,00. A degradação persistente da qualidade de vida destas pessoas desceu em profundidade abissal.

Ao seu redor encontramos situação inversa: cercada de edifícios majestosos, casas de alto padrão, com imensos terrenos gramados e arborizados, seguranças particulares e abastecidos de total infra-estrutura. Seus vizinhos gastam mais dinheiro num ano em manutenção das piscinas do que o Estado em educação a estes deserdados urbanos.

Cito esta contradição explícita na paisagem da geografia local para reforçar a idéia de que o convívio permanente entre os socialmente desiguais é sempre explosivo, apesar da repetitiva ladainha que o problema reside na personalidade das pessoas, que a delinqüência vem de berço e a violência está no sangue de alguns. Tolos, não percebem que este mesmo discurso embala as políticas de segurança pública há décadas sem solução definitiva.

Também não façamos coro com a tese dos "dois Brasis", pois as relações entre estes dois mundos são próximas. Trabalhar com o doméstica nestas residências é uma das principais fontes de empregos para as mulheres de Paraisópolis e o assistencialismo corre solto e evidencia sua incapacidade em apontar saídas: Kaká doou bolas, ONG´s distribuem alimentos e roupas, a BOVESPA montou uma Biblioteca, Colégio de classe alta da redondeza oferece bolsas de estudos, enfim, ações apoiadas em responsabilidade social que não dão conta de suprir a irresponsabilidade social dos governos constituídos.

Quando carros foram atacados, pneus queimados e comércios destruídos, num ato espontâneo de revolta contra uma realidade insuportável, a resposta foi o show da operação policial. Estar rodeado de ricos e, principalmente, muito próximos do Palácio do Governo de São Paulo, habitado e dirigido pelo Sr. José Serra, foi outro baita azar.

Na ótica do governo, era preciso agir e rápido. Primeiro, a desculpa padrão: a culpa é da própria população que protege os traficantes que atacaram a Polícia. Segundo, uma movimentação policial exemplar: desfile de viaturas pela Marginal do Rio Pinheiros mostrando que o Governador não tergiversa, age. Terceiro, a grande mídia entra em cena: como sempre criando cenários que levam a conclusão imediata de que a ação se justifica, e mortos e feridos são inevitáveis.

O mais irônico é que ocupar casas sem mandato de segurança virou rotina, matar jovens suspeitos, uma necessidade e, aterrorizar a população local, um aviso. Minha suspeita é que por detrás deste modus operandi, que se diga não é uma exclusividade de São Paulo, existe uma política mal disfarçada de redução das pressões populacionais por emprego e serviços públicos, que acomete principalmente crianças e adolescentes pelo Brasil afora. São grupos de extermínio institucionalizados e que comumente recebem aplausos de telespectadores confortavelmente instalados diante de seus televisores, e crentes de que o melhor foi feito.

Poderia haver o caminho do diálogo, sem dúvida nenhuma, houvesse interesse do Gabinete do Governador. O Cel. Ailton Araújo Brandão, comandante da ação em Paraisópolis tem, inclusive, folha corrida a este respeito. Ele foi um dos participantes daquela malfadada reunião ocorrida com a cúpula da Polícia Militar de SP e o PCC, em 2006, quando era Comandante da PM na ponta oeste do estado de São Paulo, justamente onde estavam presos os membros da cúpula da organização. Um ano depois recebeu o título de cidadão prudentino, com direito a almoço e placa da honraria pelos serviços prestados.

O Cel. Brandão apontou seu dedo para as novas tecnologias como culpada pelo sumiço de gravações contra a PM pela morte de 104 pessoas nos confrontos com o PCC. O gravador do 190 falhou e o backup automático também falhou.

Mas ele foi condecorado pela Assembléia Legislativa de São Paulo em setembro de 2007 como Comandante do Policiamento da Capital da Polícia Militar do Estado de São Paulo, junto com o Governador Serra. Recebeu importante medalha dos paulistanos, embora o povo de Paraisópolis possivelmente nem saiba que ela exista. Talvez por isso a raiva.

A PF também chegou ao referido Cel. através da Operação Santa Tereza. Em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo foi revelado um esquema de distribuição de ingressos para uma festa de peão no interior de São Paulo com artistas consagrados. O "mimo" era a contrapartida pelo oferecimento de segurança pública a um prostíbulo privado que lavava dinheiro do BNDES na capital. Vê-se, portanto, que o crime maior não está em Paraisópolis, mas em outros lugares e o Cel. sabe quais são.

A ação da polícia é a síntese de uma imbricada teia de interesses que passa pela definição, a priori, de que pobre em favela é culpado antes de mais nada, de que é preciso fazer alguma coisa contra a criminalidade e é na favela que o tráfico manda. Humilhar pessoas, revistando-as, invadindo suas casas, num show travestido de caça aos traficantes explicita mais do que uma prática condenável, mas um tratamento de choque para um problema social.

A ocupação da favela de Paraisópolis na cidade de São Paulo, neste começo de fevereiro, é emblemática sobre o papel do tucanato diante dos problemas sociais no estado de São Paulo. Para fazer justiça, o Demo Kassab também foi condecorado na Assembléia Legislativa num ambiente agradável e de confraternização.

Pena que enquanto alguns desfrutam deste conto de fadas com dinheiro público outros vivem num inferno constante e são condenados ao castigo da morte lenta e silenciosa. Mesmo vivendo na "cidade do paraíso".

Ricardo Alvarez
Professor e editor do Blog Controvérsia

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Eu amo tudo o que foi

Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.



(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Y Lula se 'comió' a la oposición

En la política brasileña se ha producido un fenómeno único en América Latina y quizás en el mundo: el carismático presidente de la República, Luiz Inácio Lula da Silva, y su Ejecutivo, que gozan de un 84% de popularidad tras seis años de Gobierno, se han comido a la oposición. Y no lo han hecho con métodos antidemocráticos, sino apropiándose de sus banderas.

Ya se sabía que Lula es un genio político, que ha sabido vencer las reticencias en el seno de su propio partido, el Partido de los Trabajadores (PT); de hecho, se dispone a elegir a una mujer, la ministra Dilma Rousseff, como su sucesora en la candidatura a la presidencia en 2010, a pesar de que nunca ha disputado unas elecciones y no es un personaje excesivamente grato para el PT. Pero lo que nadie imaginó jamás es que sería capaz de eliminar democráticamente a la oposición. Tanto a la de derechas como a la de izquierdas.

¿Cómo lo ha conseguido? Con una política que, poco a poco, ha ido segando la hierba bajo los pies de sus opositores. A la derecha le ha cortado las alas mediante una política macroeconómica neoliberal que le está proporcionando buenos resultados en estos momentos de crisis financiera mundial gracias a las reservas acumuladas.

Al mismo tiempo, ha puesto coto a las ínfulas de algunos de los movimientos sociales más radicales, como el de los Sin Tierra (MST), cuyas acciones ha criticado tachándolas de ilegales y a quienes ha conminado a respetar la ley vigente. Y también ha mantenido una política medioambiental más bien conservadora, algo que agrada a los terratenientes y grandes exportadores, que forman el núcleo más derechista del Parlamento.

También ha frenado a las izquierdas. Ha conseguido acallar a la izquierda minoritaria con una política volcada en las capas más pobres del país, que ha hecho que seis millones de familias hayan pasado a las filas de la clase media baja y abandonado su estado de miseria atávica. Ha abierto el crédito a los pobres, que ahora, con sólo cuatro euros, pueden abrir una cuenta en el banco y tener una tarjeta de crédito, lo que les convierte en partícipes de la rueda de la economía nacional.

A la otra izquierda, la moderada, también le ha puesto difíciles las cosas. Hoy en día, al Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), la formación opositora con mayores posibilidades de ganar las próximas elecciones porque cuenta con dos grandes candidatos -los gobernadores de São Paulo, José Serra, y Minas Gerais, Aecio Neves-, le resulta más difícil que antes hacer oposición. Los dos aspirantes del PSDB saben que no podrán ser elegidos contra Lula. Por ello, sólo hablan, como acaba de hacerlo Neves, de una era "pos Lula", con un proyecto de nación que aporte algo nuevo al proyecto del presidente, que ya goza del consenso de la gran mayoría del país. Desde el primer día de su ascenso al poder, Lula ha mantenido a Henrique Meirelles, del PSDB, como presidente del Banco Central. Y ha conservado y ampliado el proyecto social Bolsa Escuela, creado por el PSDB, bautizándolo como Bolsa Familia. Este plan ayuda hoy a 12 millones de familias y ningún partido de la oposición se atrevería a criticarlo.

Desde su primer mandato, Lula no sólo ha sabido concitar las aportaciones de 12 partidos a su Gobierno, sino que hasta el momento ha logrado mantener una amistad personal con los candidatos opositores Serra y Neves; ambos, además, disfrutan de buenas relaciones con el PT, e incluso no descartan gobernar junto al partido de Lula si llegan al poder.

¿Pero de verdad no hay espacio para la oposición en Brasil? Porque, si así fuera, hay quien lo considera un grave obstáculo para una auténtica democracia. Podría haberlo, según varios analistas políticos, como Merval Pereira, pero el problema radica en que la oposición se ha asustado con la popularidad de Lula. Incluso hay políticos opositores, sobre todo de los Gobiernos locales, que buscan una foto junto a Lula para ganar puntos ante su electorado.

Si la oposición quisiera, dicen los especialistas, podría exigir a Lula que llevara a cabo las grandes reformas que este país aún necesita para despegar a nivel mundial, como la reforma política (¿se puede gobernar con 30 partidos en el Parlamento?), la fiscal (Brasil es uno de los países del mundo con mayor carga tributaria: roza el 40%), la de la Seguridad Social (Lula sólo la ha logrado en parte y, a pesar de un escándalo de sobornos a diputados para que votaran a favor, se quedó pequeña), la agraria (no ha salido del papel), la de la educación (en Brasil aún no es obligatoria la enseñanza secundaria y la calidad de ésta es de las peor valoradas en el mundo) y, por último, la penitenciaria (los suicidios de los presos aumentaron el año pasado en un 40%).

Pero todo ello choca con el muro de la dialéctica política de Lula: su carisma acaba neutralizando incluso a quienes antaño fueron sus mayores antagonistas.

Fonte: http://www.elpais.com/articulo/internacional/Lula/comio/oposicion/elpepuint/20090216elpepuint_2/Tes

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Pastoral da Juventude celebra sua 9ª Assembléia Diocesana



Neste último final de semana, 14 e 15/02, realizou-se no Colégio Marista em Criciúma a 9ª Assembléia Diocesana da Pastoral da Juventude da Diocese de Criciúma. Jovens de diferentes paróquias, comarcas, grupos de jovens, comunidades, realidades e pensamentos reuniram-se para celebrar, direcionar e avaliar à luz do tema Pastoral da Juventude: Identidade e Missão e lema "O que não tem sabor de vida, não merece nossa escolha" (Pe. Ludgero Buss) toda a caminhada da Pastoral da Juventude nesses últimos três anos, bem como trazer presente e celebrar toda a sua bonita história e edificação em busca da civilização do amor.

A Assembléia contou com uma empenhada equipe de preparação(EPA), que planejou e organizou todos os detalhes para o seu sucesso. Sucesso, que se deu também pela construção efetiva de todo o processo preparatório que antecedeu a esse bonito evento: a vida e celebração das comunidades e dos grupos que avaliaram às suas/nossas realidades e trouxeram importantes informações que puderam assim formar subsídios no intuito de fornecer dados de como anda o rosto da Juventude diocesana. A assessoria da assembléia ficou sob a coordenação de Geraldo Pires(Pé) da ONG Trilha Cidadã, que incitou a toda a Juventude uma reflexão para com esse rosto da Juventude da Diocese de Criciúma: discutiu-se, avaliou-se e estudou-se em grupos o quanto se pôde avançar ao longo desses anos. Foram atividades iniciadas, projetos realizados, sonhos concretizados. Muitas alegrias (como a criação da Escola Diocesana de Evangelização da Juventude-EDEJU, estruturação de uma equipe de comunicação diocesana, construção de materiais em parceria com outras pastorais e serviços, subsídios para os grupos de base, etc) que reavivaram o rosto jovem e puderam trazer novas perspectivas para com os jovens da diocese. Também percebeu-se e foi-se de encontro com as "pedras existentes no caminho", as dificuldades do dia-a-dia que muitas vezes são obstáculos para esse crescimento contínuo: constatou-se, discutiu-se e apresentou-se soluções para que a nova Coordenação possa dispor de prioridades que nortearão as linhas do plano de ação da Pastoral Juventude da Diocese de Criciúma.

A Assembléia também foi momento para se memorizar toda a caminhada de 11 anos da Pastoral da Juventude na Diocese e eleger a sua nova coordenação. A imagem do eterno amigo Pe. Ludgero Buss esteve sempre presente na memória e na celebração das importantes conquistas que conseguiu-se realizar ao longo dessa construção permanente. No encaminhamento da nova coordenação diocesana, aconteceu a indicação do então coordenador da Pastoral da Juventude da Comarca de Araranguá e da Equipe de comunicação da PJ, Marcos Tramontin Serafim, cujo o qual contemplou a todos os critérios exigidos pelo regimento da assembléia e, consequentemente, teve seu nome aclamado como novo Coordenador Diocesano da Pastoral da Juventude da Diocese de Criciúma. A nova coordenação, além de ter Marcos como coordenador geral, será também composta pelos membros das coordenações comarcais da Pastoral da Juventude.

Teve-se ainda importantes presenças na 9ª assembléia como o administrador diocesano Pe. Wilson Buss, o assessor referencial da PJ diocesana Pe. Bento Zilli, bem como outros assessores da PJ como Gláucio Mota, Gilberto Trombim, Neuza Mafra(ex-coordenadora diocesana de pastoral), além da presença do secretário regional das PJ's de Santa Catarina, Rodrigo da Silva.

Ao final da Assembléia realizou-se a celebração de envio coordenada por Pe. Wilson e Pe. Bento e prestou-se homenagem aos, agora, ex-membros da Coordenação Diocesana(Jordana, Barzan e Robinho). A 9ª Assembléia da PJ encontrou total êxito na disposição dos seus objetivos e na participação de todos para a realização destes. A PJ segue firme em busca da civilização do amor, trazendo....

"No rosto da Juventude, sorriso e virtude virando canção".
(Zé Vicente)

Mais fotos? Clique aqui!

Fonte: www.pjdiocri.blogspot.com

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Espiritualidade da PJ



Nossa espiritualidade


Espiritualidade
A espiritualidade é o que nos alimenta e nos dá vida. É o sopro de Deus que age em nosso ser. Todos nós temos já pela escolha de Deus um espírito que nos anima. Essa espiritualidade necessita ser alimentada no dia-a-dia e no contato íntimo com Deus através da palavra, que nos leva a se comprometer com o outro e a outra, com a comunidade e com a transformação de tudo que é contrário ao que Deus quer. Por isso dizemos que a espiritualidade da Pastoral da Juventude é:

Cristocêntrica – centrada em Jesus, amigo companheiro de caminhada.

Mariana – Maria se compromete com o projeto de Deus. É exemplo de fidelidade, disponibilidade, entrega.

Comunitária e eclesial – pois é no grupo e comunidade na que o jovem se identifica, partilha suas experiências e sonhos.

Leiga e Missionária – a presença do espírito nos grupos e comunidades instiga o jovem a servir os outros e a descobrir sua vocação missionária.

Encarnada e libertadora – O filho de Deus se encarna na realidade humana. Tem uma ligação de fé e vida. Tal presença é ativa e efetiva lutando pela libertação.

Orante – valoriza os momentos de oração pessoal e comunitária. A liturgia e as celebrações expressam a espiritualidade que nos alimenta e anima.

Celebrativa – a alegria da juventude manifesta-se na celebração da vida e do Espírito como festa inspirada na vitória pascal. A realização de encontros, festas, liturgia, caminhadas... são momentos de viver o Deus-felicidade que nos anima e revigora para a ação concreta.

A Teologia da Libertação é a nossa referência com a fundamentação da fé e o compromisso de luta e pé no chão. Nossa opção é de uma espiritualidade da libertação e da opção da Igreja pelos pobres. Podemos dizer então que a espiritualidade das Pastorais da Juventude é uma espiritualidade da alegria e anúncio de Jesus da vida, com a cara e o jeito da juventude.
Por isso necessitamos investir na nossa formação espiritual, participando e realizando momentos de estudo da palavra, Escolas Bíblicas e Litúrgicas e conhecimento do Ofício Divino das Comunidades e da Leitura Orante, para cultivar uma espiritualidade inculturada e ecumênica.

Espiritualidade e Mística - Construídas na auto-avaliação da PJ no seminário nacional da PJB em julho 2003
Falta a compreensão de qual é a mística da PJ; é necessário reafirmar nossa Espiritualidade Cristocêntrica e Mariana, encarnada na realidade de comunhão e participação; (Ajuda a entender que esse jeito se dá na prática. Não só entender mas ajudar a ver que nossa espiritualidade e mística são propostas que perpassam nossa vida e nosso cotidiano); Como fazer chegar à base os instrumentos pelos quais fazemos opção? Falta motivar para a criação de novos cantos e instrumentos e, também, fazer conhecer os existentes; Trabalhar uma fé que sustente para a luta; Ter clareza dos ritos (conhecer, entender e saber); Falta formação para espiritualidade; Falta um “lema”, um eixo comum. Uma “marca” da espiritualidade da PJ; Estabelecer mais parcerias (CEBs, Rede Celebra...) para proporcionar Escolas Bíblicas, Litúrgicas, Ofício Divino das Comunidades, Leitura Orante da Bíblica... A PJ deveria ter um CD de cantos, Ofícios, mantras... Estabelecer um “projeto” de espiritualidade nos moldes do SINM. Estudar Jesus a partir de indicativos relacionados por ano; Ter instrumentos com menos custos (ou grátis) e que cheguem; Que o próprio Jornal Juventude seja instrumento dessa ação, de forma sistemática e não com matérias.

Eclesialidade
Somos desafiados (as) a viver dentro da Macro-Igreja Hierárquica. Mas com resistência. Enfrentamos e fazemos acontecer. Muitas vezes reproduzimos o Poder da Hierarquia da Igreja em nossa organização. Questionamento: Dentro da Igreja nossa prática é coletiva?

Dimensão Política
O ANALFABETO POLÍTICO
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política... Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais".
(Bertold Brecht)

A Pastoral da Juventude exerce o papel fundamental de: Fomentar nos jovens senso crítico e capacidade de analisar a realidade cultural e social do mundo onde vivem. Formar os jovens na Doutrina Social da Igreja e nas ciências humanas para transformar a estrutura. Ajudar o jovem a integrar sua dimensão de fé com o compromisso sóciopolítico.

Levar o jovem a conhecer o Marxismo, o Capitalismo Liberal, a Doutrina da Segurança Nacional, para que possa dar respostas adequadas a estas ideologias a partir do Humanismo Cristão e discernir, nos sinais dos tempos, os que são enganadores e ilusórios.
No engajamento sóciopolítico a PJ precisa trabalhar ao mesmo tempo pela conversão dos corações e pela melhoria das estruturas.

Os Meios de Comunicação modernos muitas vezes são utilizados por determinados grupos para infiltrar nos jovens ideologias e práticas anti-comunitárias. É necessário, portanto, formar o senso crítico da juventude diante das mensagens transmitidas pela imprensa, rádio, cinema e televisão. O desenvolvimento do senso crítico deveria ser uma preocupação da Pastoral da Juventude.
Finalmente, deve-se insistir na formação moral dos jovens, formação pessoal, social e política, fundamentada nos valores do Reino. Ela deve impulsionar os jovens e adolescentes a uma honestidade de princípios que dê primazia ao social face aos interesses individuais, que leve à opção pelo compromisso político e à consciência de cidadania inspirados na Fé. (Pastoral da Juventude do Brasil. Documentos da CNBB - 44)

"A discussão política, para ser conseqüente, exige o conhecimento mínimo de conceitos básicos, que forma o "politiquês" no Brasil. A politização do jovem, necessária para transformá-lo em cidadão consciente e participativo, exige certa familiaridade com a cultura e a história". (Juventude Consciente - Xico Graziano - 2002, Editora Pontes)

A Pastoral da Juventude é herdeira de uma história que vem sendo construída em nosso país desde 1930 com a chamada Ação Católica.
A Pastoral da Juventude do Brasil mantém uma estrutura que parte dos grupos de jovens articulados em coordenações nos diversos níveis e ambientes.
“Só uma Juventude organizada, será uma juventude forte”. (PUEBLA, 1185/1188)


Fonte: PJ Maringá-PR
http://www.pjmaringa.com.br/v9/index.php?option=com_content&view=article&id=66:nossa-espiritualidade&catid=21:historia&Itemid=45

12/fev/09: 4 anos da morte de Ir. Dorothy Stang


"Houve um silêncio absoluto e então começou a chover sobre o corpo de Dorothy deitado na estrada, misturando seu sangue com o barro vermelho do chão da floresta".

Misturando seu sangue com o sangue da floresta, pela qual ela deu a vida. No dia que faz 4 anos que Ir. Dorothy foi elevada à categoria de mártir, paremos. façamos um minuto de silêncio pela pessoas que continuam lutando por ter esperança, fé e sonhos. Nesse minuto de silêncio também nos perguntemos: E eu? o que eu estou fazendo?

Façamos também um minuto de aplausos, muitos aplausos não somente para ela, mas também para todos os que deram seu sangue por essa terra, especialmente a um trabalhador que foi assassiando por 7 pistoleiros no ultimo dia 06 em Breu Branco. Por ele, por tantos, e tantos, e tantos outros mortos pela causa: A causa do Reino, a causa da Floresta, a causa das águas, a nossa causa. Nós, POVO AMAZÔNIDA. Rezemos o nosso salmo e gritemos bem alto: JUSTIÇA!!!!!! JUSTIÇA!!!!! JUSTIÇA!!!

DOROTHY VIVE!
SEMPRE! SEMPRE! SEMPRE!!!!!!!!

Salmo Amazônico

1. Bendito sejas, Senhor, Deus do nosso povo amazônico. Que te louvem, Te festejem e Te bendigam todas as pessoas!
Bendizemos-te, Deus e Pai nosso, porque Teu é tudo o que temos.
2. Tu, Senhor, nos destes esta terra fértil com seus rios e florestas, seus lagos e igarapés, e quiseste que pertencesse a todos... Bendito e louvado sejais para sempre!
1. Apesar do egoísmo e da ambição de muitos homens terem torcido teus planos e estragado a obra de tuas mãos, teu amor continua sempre fiel. lembra-te de teus filhos e continuas libertando-os... Bendito e louvado sejais para sempre!
2. Porque por amor e fidelidade ao sangue de teu filho Jesus, reservaste para Ti, nesta terra, um povo generoso, capaz de partilhar e ser irmão... Bendito e louvado sejais para sempre!
1. Bendito sejas Senhor, Deus de nosso povo amazônico. Que Te louvem, Te festejem e Te bendigam todas as pessoas!
Bendizemos-Te,Deus e Pai nosso, pela riqueza racial e cultural do nosso povo!
2. Raízes antigas e jovens ramos que constituem o homem e a mulher amazônicos. Louvem e bendigam o povo de nosso Deus.
1. Índios: primeiros habitantes deste solo e todos os habitantes da floresta, louvem e bendigam o povo de nosso Deus.
2. Negros e Europeus, nordestinos, sulistas e mineiros, japoneses, peruanos, colombianos, bolivianos. homens e mulheres, anciãos, jovens e crianças. Louvem e bendigam o povo de nosso Deus!
1. Bendito sejas, Senhor, Deus do nosso povo amazônico. Que Te louvem, Te festejem e Te bendigam todas as pessoas!
Bendizemos-Te, Deus e Pai nosso, por tua providência e imensa misericórdia!
2. Que as roças trabalhadas por homens e mulheres e regadas pelas águas do céu bendigam ao Senhor!
1. Lavradores e seringueiros, operários e pescadores, louvem o nosso Deus!
2. Juteiros, garimpeiros e castanheiros, bendigam ao Senhor!
1. Florestas e rios, campos e plantações, estradas e picadas, furos e corredeiras, louvem o nosso Deus!
2. Lagos e igapós, várzeas, terras firmes, trapiches e flutuantes, canoas e motores, bendigam ao Senhor!
1. Pirarucus e peixes-boi, traíras e piranhas, pacus e bodós, e todos os animais que vivem nas águas, louvem ao nosso Deus!
2. Onças e cobras, queixadas e antas, e todos os animais da floresta, bendigam ao Senhor!
1. Petróleo e gás, ferro e manganês, e todos os minerais do subsolo louvem o nosso Deus!
2. Nuvens e chuvas, ventos e soalheiras, enchentes e vazantes, bendigam ao Senhor!
1. Bendito sejas, Senhor, Deus de nosso povo amazônico. Que Te louvem, Te festejem e Te bendigam todas as pessoas!
Pedimos-Te perdão e Te damos graças, Senhor e Pai nosso, porque formas o coração e a alma dos povos.
2. Mesmo esmagados por obras de morte, ainda estamos dispostos a lutar pela vida. Demos graças a Deus!
1. Mesmo desprezados e humilhados, ainda assim, cheios de ânsia de justiça. Demos graças a Deus!
Bendito sejas, Senhor, Deus do nosso povo amazônico. Que Te louvem, Te festejem e Te bendigam todas as pessoas!

Fonte: http://www.pjdiocri.blogspot.com/

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é crime

Nesta sexta-feira, dia 13, acontece o lançamento da Campanha Nacional de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – carnaval 2009. O lançamento ocorrerá no Largo São Sebastião, em Manaus (AM).

A Campanha é uma iniciativa do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e Organização Internacional do Trabalho, com o apoio de diversas outras entidades, entre elas a Pastoral do Menor Nacional.

Com o slogan “Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é crime. Denuncie! Procure o Conselho Tutelar de sua cidade ou disque 100”, a Campanha objetiva promover a denúncia e sensibilizar os foliões quanto ao respeito à população infanto-juvenil.

Informações: (61) 3274.6632 ou (61) 3340.8708.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A campanha eleitoral de 2010 está no ar

DEBATE ABERTO

Diante do atual silêncio da Globo em relação à pesquisa CNT/Sensus recomendo aos interessados em analisar a cobertura das eleições de 2010 pelo Jornal Nacional, que comecem a trabalhar desde agora. Material, pelo visto, é que não vai faltar.

Começou a campanha eleitoral para 2010 na TV. E a Globo, como sempre, saiu na frente. Na semana passada, o Jornal Nacional e o Jornal da Globo ignoraram solenemente a pesquisa CNT/Sensus onde Lula aparece com 84% de aprovação, um recorde histórico. Mas claro, isso não é notícia pelos critérios jornalísticos globais. Muito menos o fato da ministra Dilma Roussef ter alcançado, pela primeira vez, a casa dos dois dígitos na pesquisa de intenção de votos para a presidência. E será assim até as eleições. O que não é nenhuma novidade. Pode-se criticar a Globo por vários motivos, menos pela falta de coerência.

Desde a última ditadura, para não termos que voltar muito na história, ela sempre esteve do mesmo lado: elitista, entreguista, conservador. Apoio aos golpistas e ao regime militar, tentativa de fraudar a vitória de Leonel Brizola ao governo do Rio em 1982, boicote às diretas-já, criação da candidatura Collor, edição fraudulenta do debate entre ele e Lula em 1989, destituição de Collor e apoio a Fernando Henrique, Serra e Alckmin nas eleições seguintes.

Sobre os primeiros casos citados, muito já se escreveu mas, como eles mesmo dizem, vale a pena ver de novo. Pelo menos alguns deles.

Por exemplo, assisti - com estes olhos que a terra... - ao Jornal Nacional de 25 de janeiro de 1984, dia do comício das Diretas Já, com cerca de 300 mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, noticiado como uma festa pelo aniversário da cidade. Isso foi dito na abertura da matéria lida pelo apresentador no estúdio (na "cabeça", segundo o jargão do telejornalismo). Texto nunca mostrado pelos atuais funcionários da empresa, encarregados da revisão histórica do período, nas inúteis tentativas de negar o fato.

Ouvi, com estes ouvidos que terão o mesmo destino dos olhos, uma longa entrevista (mais de 15 minutos) na rádio Globo, em 1988, com o então desconhecido governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo. Ele era apresentado ao País como o "caçador de marajás", assim chamados os funcionários públicos alagoanos detentores dos salários mais altos. Na mesma época, o Globo Repórter dedicava uma edição inteira ao mesmo tema. Começava então uma campanha eleitoral que teria seu ponto alto na edição caprichada do debate Collor-Lula, apresentada no Jornal Nacional, na véspera da eleição. A ordem do dono da empresa era taxativa: mostrar todas as intervenções positivas do seu candidato e tudo de ruim que ocorreu com o adversário. A edição competente virou o jogo. Eleito, Collor caiu logo em desgraça nos altos escalões do Jardim Botânico. Até novela foi feita para derrubá-lo e nunca protestos de rua, como o dos "caras-pintadas", foram tão bem vistos pela emissora.

Já ouço alguém dizendo: "lá vem ele com as teorias conspiratórias de sempre". Não respondo. Prefiro passar a palavra a dona Lily Marinho, viúva do dono das Globos, ditas no lançamento do livro Roberto e Lily, em 2005 e revelada na coluna de Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo : "O Roberto colocou ele (Fernando Collor de Mello, na Presidência) e depois tirou. Durou pouco. Ele se enganou". Nada mais a acrescentar.

Só resta perguntar: e depois? Como se comportou o jornalismo da Globo, e particularmente o seu telejornal de maior audiência nas eleições seguintes?

Para os dois pleitos presidenciais mais recentes (2002 e 2006) está na praça um livro-documento: Telejornalismo e Poder nas Eleições Presidenciais (Summus Editorial, São Paulo, 2008), de Flora Neves, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Londrina. Trabalho meticuloso, combinando uma exaustiva coleta de material (a gravação de 199 edições do Jornal Nacional) com uma sofisticada análise dos dados. Cuidados que levam a resultados indiscutíveis, excludentes de qualquer tipo de "achismo". Mostram como o principal telejornal do país manipulou a cobertura daquelas duas eleições contrariando até muitos teóricos e críticos da comunicação que chegaram a comemorar a imparcialidade da Globo nessas coberturas, opinião claramente desmentida pela pesquisa.

Vamos a alguns dados publicados no livro. Em 2002, no segundo turno, 66.66% das matérias eram favoráveis a Serra e apenas 20,0% a Lula. A autora conclui que, nesse período, "a cobertura se manteve na agenda dos candidatos, procurando pontuar o mesmo número de falas de Lula e Serra, mas com momentos ruins de Lula e momentos bons de Serra", mantendo a linha editorial iniciada na edição do debate Lula-Collor, acima mencionado.

Mas naquele ano Lula não foi o único alvo do Jornal Nacional. A pesquisa mostra como o noticiário da Globo se esforçou para derrubar a candidatura Ciro Gomes que ameaçava ir para o segundo turno, tirando José Serra da disputa. "O candidato do PPS recebeu valências (valoração dada às matérias: positiva, negativa e neutra) negativas durante quase todo o período da cobertura, destacando-se como homem truculento, de pavio curto, que fala o que pensa e só sabe criticar, além de estar envolvido com políticos corruptos", diz a autora.

Em 2006, chama atenção o quadro de valências referente às edições do Jornal Nacional veiculadas entre o início no horário eleitoral obrigatório no rádio e na TV e o primeiro turno das eleições. Vejam os percentuais de matérias positivas relativas aos principais candidatos:

Alckmin 68,57%; Cristovam 52,94%; Heloisa Helena 61,76% e Lula 16,43%.

É preciso dizer mais alguma coisa? São números que explicam a ida de Alckmin para o segundo turno e nos quais se insere a cobertura do famoso dossiê anti-petista, explorado à larga pelo Jornal Nacional.

Episódio também tratado no livro. Apesar do empenho, a Globo perdeu as
duas eleições, mas mantêm-se fiel aos seus princípios. Mostra com grande antecedência que estará firme na próxima campanha presidencial, sempre do mesmo lado.

As gravações analisadas pela professora Flora Neves em 2002 e 2006
começaram a ser feitas no período que antecedeu as pré-convenções partidárias, já em pleno ano eleitoral. Diante do atual silêncio da Globo em relação à pesquisa CNT/Sensus recomendo aos interessados em analisar a cobertura das eleições de 2010 pelo Jornal Nacional, que comecem a trabalhar desde agora. Material, pelo visto, é que não vai faltar.


Laurindo Lalo Leal Filho*, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP e da Faculdade Cásper Líbero. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4147

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Grupo Littera - UNESC

Em 2009, as atividades do Littera ficaram nas seguintes datas:

18/02 - discussão da primeira parte do livro de Mikhail Bakhtin -
Marxismo e Filosofia da Linguagem.

04/03 - Richarles de Carvalho - Análise crítica do discurso
publicitário em propagandas de Livros Didáticos de Língua Inglesa.

18/03 - discussão da primeira parte do livro de Mikhail Bakhtin -
Marxismo e Filosofia da Linguagem.

01/04 - Cristina Keller - Fragmentos de uma identidade.

15/04 - discussão do livro de Mikhail Bakhtin - Marxismo e Filosofia
da Linguagem.

29/04 - Gladir Cabral - Identidade cultural brasileira na música de
Chico Buarque.

13/05 - discussão do livro de Mikhail Bakhtin - Marxismo e Filosofia
da Linguagem.

27/05 - Alaim Souza Neto - PCN do Ensino Médio e Orientações
Curriculares para o Ensino
Médio.

10/06 - discussão do livro de Mikhail Bakhtin - Marxismo e Filosofia
da Linguagem.

24/06 - Celdon Fritzen - Literatura Infantil no Estado Novo.

08/07 - Encerramento

Os encontros continuam sendo quinzenais, no entanto, as reuniões
passam a ser as quartas-feiras a partir das 15:00h no LAPEL.

Grupo Littera

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Baiano que é baiano

por Marcelo Torres*, jornalista, baiano, cronista e torcedor do Vitória
(alguns trechos deste texto são de autoria anônima, extraídos de mensagens recebidas pelo cronista).


Baiano que é baiano fala porra a cada dez palavras. Na Bahia, porra é tudo, menos a porra improperiamente dita Brasil afora, ops, Brasil adentro.
Como diz o 'embaixador' Renato Fechine (um paraibano que abaianou de vez), porra na Bahia é adjetivo, substantivo, interjeição, adjunto adnominal e advérbio de modo, de tempo, de lugar, de intensidade... da porra toda.
"O cara mora na casa da porra" = mora longe. Também pode-se dizer: "Ele mora na casa da desgraça", que é a mesma coisa, ou seja, mora longe pra caramba.
Baiano que é baiano aguenta comer pelo menos dois acarajés sem passar mal... Se você não sabe, acarajé é hambúrguer de baiano.

Baiano que é baiano chama as amigas de "ordinárias" e elas não se incomodam, não se sentem ofendidas - ao contrário, sabem que é um tratamento carinhoso.
Na Bahia, você olha para sua amiga (seja ela pretinha, branquela, loira ou morena) e a chama de "nigrinha" e ela acha o máximo.
Baiano não admite fulerage pu seu lado. Traduzindo: não gosta de cheiro mole. Oxente, não entendeu? Ah, você precisa se matricular num curso de baianês.
Pegar ou bater um rango e filar a bóia significam a mesma coisa, ou seja, almoçar, comer, matar quem tá te matando.
Baiano que é baiano não bebe. Come água. Fica em águas. "Ontem Fulano estava em água dura". Tradução: estava trêbado, pra lá de Maracangalha.

O baiano, quando chama um brother pra beber, fala: "Rumbora cumê água".
Todo baiano chama Graça de Gal, Wagner de Wal, Gilberto de Gil...
Para meus amigos, parentes e aderentes, eu não sou Marcelo. Sou Macelo (engolimos o "r"). Sérgio é Sejo, terça-feira é têça-fêra; bar é bá e cerveja é ceveja.
Baiano que é baiano engole a letra "d" do gerúndio: - Qué qui cê tá FAZENO? -Eu tô DURMINO... Caminhano e cantano e seguino o trio elétrico...
Numa roda de baianos e baianas, quando alguém chega após ter tomado banho, alguém sempre diz: "Ó pai, chegou toda tomada banho". Traduzindo: "Ela chegou limpinha, cheirosinha".
Baiano que é baiano sabe o significado da frase: "O cara tava mais enfeitado que jegue na Lavagem do Bonfim". Ou seja, usava excessivo número de adereços e enfeites.

Baiano sabe que brown [bráun] não é a forma carinhosa de chamar Carlinhos Brown, o omelete-man. Brown é adjetivo de pessoa brega-espalhafatosa-cafona.
O motorista que põe mil adesivos no carro, o cara cheio de colares de prata e pulseiras. "Que cara mais brown!"
Baiano que é baiano sabe o que é "lavar a jega". É se dar bem, levar vantagem, lavar a égua, lavar a burra.
Todo baiano sabe que jante não tem nada a ver com o verbo jantar. Na Bahia, jante significa aro de pneu. "Rodar na jante", no sentido denotativo baiano, é o carro rodar com o pneu vazio ou furado. Mas, na putaria, rodar na jante é transar sem camisinha.

Baiano que é baiano sabe o que é nestante. É "nesse" + "instante" = daqui a pouco.
Baiano fala pra semana (na próxima semana), parumês (no próximo mês) e paruano (no próximo ano). "Paruano sai milhó", diz o dono do bloco de
carnaval.
Só baiano sabe o que é falar "de hoje a oito". "Meu aniversário é de hoje a oito", ou seja, é daqui sete dias.
Baiano que é baiano fala horas de relógio. "Fiquei duas horas de relógio esperando aquele filadaputa". Em geral, fala-se "horas de relógio" quando se quer enfatizar atraso, demora.
Baiano é convidado para um aniversário e leva uma renca de amigos (renca = muitos, uma catrupia, muita gente).
Baiano fala na moral em vez de por favor... "Pega isso aí pra mim, na moral".
Baiano vive dizendo que Sergipe é o quintal da Bahia... E o sergipano adora a Bahia e os baianos.

O baiano de Salvador parece não querer ser nordestino e esculhamba o sotaque de sergipanos, alagoanos, pernambucanos, potiguares, paraibanos... (não deveria ser assim, mas é, infelizmente).
Baiano chama ônibus de humilhante e taxista de taquicêro.
Baiano acha legal quando dizem que ele é "retado"; "boca de zero nove" ou "um pinico cheio"... Ê baiano porreta!
O baiano, quando tá indo embora, não diz "tô indo"; ele diz "tô chegando".
Não vai embora, se pica. "Vou me picar" significa "vou cair fora".
Na Bahia, é comum você tratar um amigo, um colega ou um desconhecido de "pai". Se for mulher, "mãe". "Venha, pai". "Venha, mãe".
Também é comum tratar um desconhecido como "maluco", mas é uma forma carinhosa. "Vai, maluco".

Quando se diz "A reunião não teve um pé de pessoa", se quer dizer que a reunião não teve ninguém.
"Colé a de mermo?", pergunta um baiano ("qual é a boa?"). E o outro responde: "É niúma" (significa "tudo bem").
Baiano não usa o termo arretado, que é uma invenção dos outros. Baiano fala "retado".
Raul Seixas canta uma música que diz: "Não planto capim guiné pra boi abanar rabo/ Tô virado no diabo/ eu tô retado com você. Tá vendo tudo e fica aí parado/ Com cara de veado/ Que viu o caxinguelê".
"Tô retado" significa "tô zangado".
Mas retado também exerce a função de superlativo: "É bonito que é retado" [é muito bonito]. "O cara é retado de feio" [é muito feio].
Quando se diz "Ele é um cara retado", significa, "é boa praça".

A Bahia é o único estado que começa com B - de Brasil.
O mapa da Bahia é quase igual ao do Brasil, você já viu?
A Bahia tem a maior costa marítima do País, você sabia?
A Bahia faz divisa com oitos estados (do Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste).
Salvador é a terceira cidade mais populosa do país, você sabe? [Não, nem os soteropolitanos sabem disso.]
De acordo com um magérrimo satirista baiano, chamado Gordurinha, um baiano é uma coisa divertida; dois baianos, uma boa pedida; três baianos, uma conversa comprida; quatro baianos, um discurso na avenida. Ééééé.
Diz-se, também, o seguinte:
1 baiano = um escritor famoso
2 baianos = uma luta de capoeira
3 baianos = um grupo de axé
4 baianos = um terreiro de candomblé