Aqui, nessa noite que se vai
Choro meus prantos todos
Meus remorsos, tudo o que a vida me levou...
Sem que eu jamais tenha conhecido.
Choro por meus dias tristes
Às noites em que sonhei algo melhor
Dignidade, respeito, ombro amigo.
Choro porque não tive teto,
Direitos, o mínimo para se viver.
Choro porque choro não move montanhas
Minhas lágrimas se fazem insignificantes.
Choro, por assim chorar
Pois sei que meus pesos
Nunca e jamais irão passar.
Eu já não tenho casa
Já não tenho lar
Não tenho quem me tenha dignidade
Quem olhe meu sôfrego olhar.
Choro por essa humanidade
Que se diz ainda humana
Choro, por meus pares, milhares
Que se matam por um pouco de lixo.
Nós mesmos já não somos nem isso
Nem lixo dessa “linda” sociedade
Somos o abismo, a barbárie, o esquisito.
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