segunda-feira, 6 de julho de 2009

04













Aqui, nessa noite que se vai

Choro meus prantos todos

Meus remorsos, tudo o que a vida me levou...

Sem que eu jamais tenha conhecido.


Choro por meus dias tristes

Às noites em que sonhei algo melhor

Dignidade, respeito, ombro amigo.


Choro porque não tive teto,

Direitos, o mínimo para se viver.

Choro porque choro não move montanhas

Minhas lágrimas se fazem insignificantes.


Choro, por assim chorar

Pois sei que meus pesos

Nunca e jamais irão passar.


Eu já não tenho casa

Já não tenho lar

Não tenho quem me tenha dignidade

Quem olhe meu sôfrego olhar.


Choro por essa humanidade

Que se diz ainda humana

Choro, por meus pares, milhares

Que se matam por um pouco de lixo.


Nós mesmos já não somos nem isso

Nem lixo dessa “linda” sociedade

Somos o abismo, a barbárie, o esquisito.

Nenhum comentário: