quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Canção IX
Quem dera todos inebriarem-se
Do mais puro e fresco aroma
No mais ingênuo e real sentimento
Entrelaçados no alto recôndito de suas almas...
Quem dera todos, enfim, pudessem
Esvaecerem-se das sôfregas ânsias
E encontrar na rima trégua bonança
Para as ilusões do mar da vida sem fim...
Quem dera fosse possível comprar poesia
Em caixinhas de papelão vazias
Untadas do sangue esvaecido
Das linhas de lirismo esquecidas...
Quem dera se pudesse comer poesia
E qu'ela carregasse toda ânsia
Enrijasse todas as partes desfeitas...
Quem dera exalar aromas de rimas
E que eles exalassem a vida
De quem planta, mas não vê crescer...
Quem dera a vida inteira fosse poesia
E as palavras todas fossem versos
E os órgãos todos formassem estrofes
E a morte, a Ode culminante da própria vida.
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