segunda-feira, 23 de agosto de 2010
XXXVI
assevera-me a inconstância
a incompletude que meu ser alcança
só de não te ver, ver-te, ver-me, ver só.
provoca e ingessa o pulso, a insegurança
da vida que segue-se ganhando costuras
abertas e sem pontos finais
de não saber tua sina, só.
quem desconhece a essência
de ser essência de fé - sentencia
dó-si-lá aumenta solidão.
domingo, 22 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Da poesia que não foi...
Meu íntimo é a rota torta e inversa
do meu próprio ser.
Não sabe como partir, sentir
ou mesmo desfazer.
Peito esconde-me de cada manhã
dos roucos medos de ser
E fazer cada vez mais do amanhã
novo parecer sem saber.
Tenho em mim todos os segredos
que posso não saber;
Saber, pois, dos sonhos, dos medos
Desfaz-me refazer
Dentro de meu peito
rasgo meus poemas um a um
Adormecendo na dor escura
no mais íntimo...
Dentro de mim
habita uma coletânea, memórias,
Que vão jogando-se no esquecimento
sem rumo, sem trajetória...
[até perderem-se sem perceber.].
terça-feira, 17 de agosto de 2010
XXXV
do outro lado do lado existe alguém,
faz bem,
é meu passado, meu presente perfeito
remontando-me em traços sem
sem medo, sem jeito....
faço girar meu coração
meu ego
minha direção
...
por ontem, por hoje, castigo
sonhei sempre mais
sonhei sempre estar contigo
mas você não chega mais
...
será que perdeu-se consigo?
será que conseguiu um dia
um outro abrigo?
brigo em minhas próprias razões
não sei onde está, onde estou
sempre me obrigo
a sonhar outra vez,
ver-me sempre contigo
e um dia longe da solidão
E do perigo...
da ausência da gélida manhã
serei feliz outra vez contigo.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Monotonia
É segundo por segundo
Que vai o tempo medindo
Todas as coisas do mundo
Num só tic-tac, em suma,
Há tanta monotonia
Que até a felicidade,
Como goteira num balde,
Cansa, aborrece, enfastia...
E a própria dor - quem diria? -
A própria dor acostuma.
E vão se revezando, assim,
Dia e noite, sol e bruma...
E isto afinal não cansa?
Já não há gosto e desgosto
Quando é prevista a mudança.
Ai que vida!
Ainda bem que tudo acaba...
Ai que vida tão cumprida...
Se não houvesse a morte, Maria,
Eu me matava!
(Mario Quintana)
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Nuances teus
Quem te roubou de você mesma?
Aquele rápido olhar ruborizado,
entregue, ávido a calma sina,
Assina agora o compasso partido
olvidado sem mais trajetória.
O angelical adormecer...
Onde fora parar aquele brilho?
não pode mais soerguer,
Da canção mais pura entreaberta
agora latente em tua história.
O mais que sinfônico
Vento que aproximava nossas almas
à luz da lua que ligava
Nossas vozes e canções
você escondeu a sintonia.
E o beijo que tocava
Face a face,
nossas vidas por inteiro
Fez-se escuro de repente
escorre em ti por simpatia.
Da perfeita e feliz partilha
Da vida fez-te excludente
jogou-a fora valioso tesouro
A vida cheia e engrandecida
Fê-la fraca e em si vazia.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
O que vem depois?
O que vem depois do colorido do teu olhar?
Ponho-me de vez em parte
Sem mais poder imaginar
Da angústia a toda parte erra
Jaz de si, tanta espera
Ei-la perdida e fria
A lágrima, gota mais pura
Indeferida no teu seio
Fere-se por completa
Sê-la mais húmida e quente
Feitio dissonante
Rota e inerme assevera
Já não sei, sei, lá se ia
Sê-la fosse em partida
Aquecer teu corpo, tua vida.
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