segunda-feira, 30 de maio de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
XLIV
Abraças com energia intensa
Da estranheza segurança de ser
Abraças e apalpas docilmente
Aconchego leve e súbito
Teus dedos tem um suor impulsivo
Vem da grandeza da alma
Teus sonhos tem cheiro de flor
Perfume intenso que atravessa a alma...
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
(Paulo Leminski in Distraídos Venceremos, 2002, p. 80)
terça-feira, 24 de maio de 2011
Digressões
I
Elucido-me na intriga
Do meu próprio
Eu.
II
Fecho os olhos para ver melhor
Vejo, sussurro,
Figuras repetidas.
III
Peço-te a licença poética
Dúbio e tenso
Pois poesia é arte!
E a arte não pede licenças.
Elucido-me na intriga
Do meu próprio
Eu.
II
Fecho os olhos para ver melhor
Vejo, sussurro,
Figuras repetidas.
III
Peço-te a licença poética
Dúbio e tenso
Pois poesia é arte!
E a arte não pede licenças.
domingo, 22 de maio de 2011
XLIII
Aquela mãe que embala seu pobre filho no barraco
tem rosto pronto, apressadono tempo frio.
Ela sonha lindos sonhos enquanto aquece seu tesouro
no calor das suas lágrimas
Faz da vida ser sentida em poucos tons.
Carrega por entre os braços a certeza do futuro
espera não desmoronar
Espera... o que lhe resta é esperar.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Quintanares prontos
Quintana, conte sobre o mar,
das incertezas navegáveis
e da suavidade das ondas
batendo em meu rosto
Venha contar teus contos
de além-amor para nunca mais
ser tempo frio
Poeta que canta em tantos
tons, matizes, sopapos prontos
conte mais sobre o tom
sobre o ponto de fuga
Traga os teus timbres
afinados na canção da vida
que revela tantos infelizes corações
Quintana: o timbre, a flor, a tromba
tomba a suavidade de tua pena
na pronta sorte dos que leem
Vem, Quintana, nos teus quintanares
[-encantar.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O tempo passa
o tempo vai passando, vai passando
o tempo vai passando
vai passando, vai
o tempo
vai,
c
a
i
vai,
o tempo
vai passando, vai
o tempo vai passando
o tempo vai passando, vai passando
passando o tempo vai, o tempo vai, se vai.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Feliz!
Deitado no alto do carro de feno… com os braços e as pernas abertos em X… e as nuvens, os vôos passando por cima… Por que estradas de abril viajei assim um dia? De que tempos, de que terras guardei essa antiga lembrança, que talvez seja a mais feliz das minhas falsas recordações?
(Mario Quintana in Sapato Florido, 1994, p. 34)
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