segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Canto XVI



Era aquele amor que tanto travava
A minha boca que treme...
e
Meu peito que geme a falta que ela me faz.

Era ânsia, misturada com palidez
Da distância que chega, sem ter dó nem vez
Leva-nos, a vida, a morte
Deixa a própria sorte
Solitariamente esquecida.

A noite que escapa
E leva consigo meu coração perdido
Em fortes dores de anteontem
É bem mais escura
Que as noites que me consomem.

Tudo se escapa
Da minha boca que treme
O canto se esvai, o amor que teme
A noite que canta
Sua doçura mais sofrida
É vida que leva a vida
Para os horizontes mais temidos.

É junho, é janeiro é o mesmo fevereiro
Que assombra todas as sombras - maneiro
É cochilar derradeiro
Minha canção que se esvai...

Sem causa, sem rima, sem ela...
É o tempo que chega...
e
vai...
A saudade bate
Arrebate-me contra meu próprio peito.

É dor, desespero sujeito
É vida e é morte
É tudo e é nada
É meu peito, sujeito, sem jeito...
-sem nada.

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